Uma característica comum que une esses cinco países –

uma economia em constante crescimento.

O BRIC é um acrônimo para os países em desenvolvimento do Brasil, Rússia, Índia e China – que acredita-se serem os futuros fornecedores dominantes de produtos manufaturados, serviços e matérias-primas até 2050. A partir de 2010, a África do Sul se juntou ao grupo, que agora é conhecido como BRICS.

BRICS não é uma estrutura formal, e sim um “clube” em escala mundial, dentro do qual os países em desenvol- vimento trocam  experiências, desenvolvem projetos conjuntos e prestam assessoria material e de                                                                                                                           consultoria.

A Estratégia do Banco dos BRICS para 2017-2021

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), popularmente  conhecido como Banco dos BRICS,
foi fundado em 2014 e lançado oficialmente no ano seguinte. A instituição possui capital autorizado de US$ 100 bilhões, podendo realizar empréstimos anuais de até US$ 34 bilhões  e tendo como objetivo estimular o  desenvolvi-mento  de países emergentes. A contribuição financeira e o poder de voto de cada país membro são divididos de forma igualitária.  A  sede do Banco está localizada em Shangai, na China

A construção de infraestrutura para o desenvolvimento sustentável consiste no principal eixo de execução, recebendo dois-terços dos fundos disponíveis. O  plano estratégico envolve cinco áreas temáticas: 1) energia limpa;      2) irrigação, gestão e sanitização da água; 3) trans- porte e logística; 4) desenvolvimento urbano sustentável e  5)  cooperação e integração entre os países membros.  A instituição  pretende abrir gradualmente a sua estrutura para a participação de novos membros, visando uma maior diversidade geográfica e cultural

Dos  sete  projetos  e  empréstimos  realizados  até  o  momento, apenas um não é da área de energia  renovável. Pretende-se expandir a rede de projetos para 75 até o ano de 2021, sendo cada um deles com um valor médio de US$ 200 milhões. Os primeiros títulos emitidos pelo NBD foram deno- minados na moeda chinesa (Yuan-Renminbi), contribuindo para o processo de internacionaliza- ção da mesma. A instituição já possui parceria com o Banco Mundial e pretende expandir sua rede para incluir outros Bancos multilaterais.

Países do BRICS criam seu próprio sistema de pagamento para reduzir a dependência do dólar

Os países do BRICS querem criar uma carteira online especial para integrar os sistemas de pagamento de seus  cinco  Estados-Membros, com o fundo de riqueza da Rússia supostamente trabalhando no projeto ao lado de seus parceiros da  China  e  da  Índia,  que  têm  as tecnologias necessárias para lançar o sistema.

O serviço será semelhante ao existente Apple Pay e Samsung Pay, permitindo                                                                                                       que os usuários paguem com um aplicativo de smartphone, não importa a que moeda a conta do cliente está ligada. Uma plataforma especial em nuvem será criada para ligar os sistemas de pagamentos nacionais dos países BRICS.

O sistema próprio de pagamento BRICS é para reduzir significativamente a dependência na organização transnacional de pagamentos, o que é especialmente importante em meio a tensões geopolíticas considerando SWIFT é baseado na Bélgica, mas o seu conselho de administração inclui executivos de bancos Americanos com a legislação federal, permitindo à administração a agir contra bancos e reguladores em todo o mundo. Consequentemente, a integração dos sistemas de pagamentos nacionais é uma prioridade máxima para o bloco dada a volatilidade dos mercados financeiros e a taxa de Dólar.

Os bancos centrais dos países BRICS têm trabalhado no desenvolvimento de um espaço de pagamento conjunto, e excluindo a África do Sul, têm seus próprios sistemas nacionais de pagamento – a China tem UniPay, a Índia desenvolveu RuPay e o Brasil tem ELO. Em vez da SWIFT, os SPFS do sistema de mensagens financeiras funcionarão como uma “porta de entrada” que facilita pagamentos transfronteiras entre 11.000 instituições financeiras em mais de 200 países em todo o mundo

Nesse sentido, vários estados, incluindo os países da EAEU (União Econômica da Eurásia) e bancos estrangeiros, estão dispostos a ingressar como uma alternativa ao sistema SWIFT tradicional. A primeira transação na rede SPFS envolvendo uma empresa não bancária foi realizada em dezembro de 2017.